Clube do Livro - A Musa
- des-iguais
- 7 de jun. de 2020
- 1 min de leitura

“A Musa” consiste no conjunto – e, posteriormente, interligação – de duas narrativas que diferem relativamente ao tempo, espaço e personagens. Acompanhamos Odelle em Inglaterra, durante os anos 60 e Olivia em Espanha, trinta anos mais cedo.
Odelle ambiciona ser escritora e candidata-se a um emprego numa galeria de arte, enquanto tipógrafa, onde conhece Marjorie (a sua patroa) que a incentiva a perseguir os seus sonhos e Lawrie, um jovem rapaz que herdou uma pintura antiga e pretende descobrir mais à cerca dela.
Olivia é uma jovem pintora, filha de pais abastados, que encontra Isaac, também artista e deixa-se fascinar pela sua personalidade e envolvimento político.
Tanto Odelle, como Olivia revelam estar demasiado à frente, tendo em conta a sociedade em que estão inseridas, tendo uma bússola ética perfeitamente funcional. A relação entre ambos os relatos, à partida tão distantes, não é previsível e surpreende o leitor e as referências histórico-políticas, no que diz respeito à situação espanhola dos anos 30, conferem uma característica de realismo à narrativa que a torna ainda mais especial.
Servindo-se de prolepses e analepses, Jessie Burton utiliza as duas épocas para analisar o papel da Mulher nas várias vertentes da sua vida, estabelecendo relações entre as dimensões familiares, profissionais, amorosas e económicas.
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