Clube do Livro - Memorial do Convento
- des-iguais
- 24 de abr. de 2020
- 1 min de leitura
Atualizado: 1 de mai. de 2020

Autor(a): José Saramago (Portugal)
Nº de páginas: 400
Evoca a história Portuguesa no reinado de D. João V no século XVIII. Foca-se em vários planos, o da História que consiste em espaços físicos e socioculturais, o de Ficção e do Fantástico.
As linhas condutoras da narrativa são a Construção do Convento de Mafra e a relação entre Baltasar e Blimunda, sendo que o enredo do Memorial do Convento gira à volta destas duas ações.
A relação de Baltasar e Blimunda transgride todos os códigos morais nomeadamente naquela época, e insere-se num universo mágico e criado pela ficção, que retratava o amor verdadeiro, livre, sem regras e quaisquer formalidades.
A personagem Blimunda mostra-nos a simplicidade da vida popular antagônica aos excessos, sofisticação e frivolidade. É uma figura forte, simples, decidida, possuidora de muita sabedoria própria, apaixonada de tal forma que se entrega e sabe que não tem razões para precisar de se redimir contrariamente a outras mulheres, como a Rainha.
Blimunda apresenta poderes como o de curar, criar e ver o mundo, o que nos transmite a ideia que existe sempre alguém para confrontar o poder e resistir.
José Saramago utiliza a sua história para fazer críticas aos diversos setores da sociedade daquela época. Para explorar o papel que era suposto a mulher ter e que poderia ter, manifestando que tinha muito mais potencial, libertando-se e mostrando os benefícios que traria para a comunidade. Através da personagem do Padre Bartolomeu mostrou ainda que os homens também eram ridicularizados e devassados, e que apesar disso deveriam seguir os seus desejos, mesmo que no final não fossem bem-sucedidos.
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