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Igualdade de género

  • Foto do escritor: des-iguais
    des-iguais
  • 24 de abr. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 8 de mai. de 2020



Olhando para o passado e analisando as últimas décadas e os últimos anos da humanidade, há uma conclusão que conseguimos tirar, vivemos num mundo a duas velocidades e não há verdades universais. A humanidade, de forma geral, viveu muitas centenas de anos sem ter o que mais importa na sua génese e na sua atuação enquanto sociedade, a natureza humana e o humanismo que é suposto ser-lhe intrínseco.


Apesar de termos vivido séculos em que a conquista dos direitos humanos foi lenta e penosa, hoje, nesse sentido, podemos dizer que temos um mundo melhor do que o mundo que encontrámos, mas longe de ser perfeito. Devemos as conquistas aos nossos antepassados e algumas dessas conquistas já se devem à nossa geração, mas no que toca ao fator multiplicador que temos constatado, devemos isso, sobretudo, à globalização e à forma com que a informação chega ao outro lado do mundo rápida e eficazmente.


As duas velocidades que referi anteriormente não se referiam à diferença de país para país ou de continente para continente, mas referia-se sim à forma injusta e diferente como o sexo masculino e o sexo feminino têm acedido aos mesmos direitos e às mesmas regalias. Não podemos ignorar que há cem anos atrás, estava prevista a submissão da mulher ao homem no código civil de vários países. Não podemos ignorar que há cinquenta anos era extremamente comum o abandono escolar (muitas vezes forçado) das raparigas. Não podemos ignorar que há 14 anos atrás, aqui, neste país à beira mar plantado, abortar era crime e independentemente das circunstâncias, nenhuma mulher era dona do seu corpo. Tal como não podemos ignorar que passados cem anos, há países que ainda praticam as coisas horríveis que acabei de enumerar. Tal como não podemos ignorar que, atualmente, de forma generalizada as mulheres ganham menos que os homens para realizarem trabalhos iguais ou de valor igual.


A história da desigualdade de género, infelizmente, confunde-se com a nossa própria história enquanto seres humanos e também todo este passado foi o criador de movimentos feministas por todo o mundo. A bem ou a mal, muitos dos avanços na igualdade de género foram conquistados com sangue suor e lágrimas pelas mulheres, mas é importante que saibamos separar bem as coisas e perceber que tal como o machismo foi e é tóxico para a nossa sociedade, também o feminismo o poderá ser, e que só conseguiremos ter uma sociedade verdadeiramente justa no dia em que ambos os sexos perceberem, de forma transversal, que apesar das diferenças entre eles, são mais as coisas que os unem do que as coisas que os separam, e que ambos se completam e equilibram, tal como o Yin-Yang.


Para que haja um verdadeiro movimento que se paute pela igualdade, e não pela sobreposição de um género em relação ao outro, é extremamente importante que esta seja uma luta da raça humana e não das mulheres. Também no Ensino Superior essa luta deve ser travada e é nesse sentido que a AAIPP, que representa os alunos do Politécnico de Portalegre, está também a tentar criar um núcleo da HeForShe na nossa instituição. É importantíssimo que as entidades, interna e externamente se organizem e que tragam para esta discussão os jovens do sexo masculino, que é no fundo o conceito deste projeto mundial.


A prova que temos evoluído é palpável, e sendo a Declaração Universal dos Direitos Humanos uma prova viva disso, penso que toda a minha opinião se poderá refletir naquele que é o Artigo 1º desta declaração: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.”.


Diogo Aragonez

Presidente da AAIPP

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