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Um homem também chora!

  • Foto do escritor: des-iguais
    des-iguais
  • 12 de jun. de 2020
  • 3 min de leitura


Homens e mulheres. Somos todos iguais. Ou pelo menos devíamos ser. Em pleno século XXI, muitas são as partes do mundo onde o papel da mulher enquanto cidadã ainda é diminuto. A realidade europeia permite-nos viver numa realidade onde, aparentemente, estamos todos ao mesmo nível. Contudo, se olharmos com mais atenção, rapidamente percebemos que o globo está cheio de exemplos que fazem cair por terra muitas das conquistas alcançadas pelo sexo feminino ao longo das últimas décadas.

A palavras discriminação está muitas vezes associada às mulheres, sobretudo quando falamos em igualdade de género. Porém, e apesar de parecer impossível, a verdade é que o sexo masculino também sofre desta desigualdade. Na história, e no dia-a-dia, os homens são também alvos de algum preconceito, seja o mesmo usado contra eles ou fazendo da imagem dos mesmos algo a combater.

Em 2016 o Bloco de Esquerda fez da Assembleia da República o palco de um dos momentos mais falados do ano. O partido de Catarina Martins propôs que o Cartão de Cidadão se passasse a chamar Cartão de Cidadania. Segundo a esquerda, o argumento usado foi o de que o nome do documento de identificação “não respeita a identidade de género de mais de metade da população portuguesa”. Na altura, o governo chegou a ponderar a proposta, mas a mesma não foi para a frente.

No ano seguinte, em 2017, o jornal Público fazia notícia com um outro exemplo de discriminação sobre os homens: “Homens foram os que mais se queixaram de discriminação de género”. As queixas foram remetidas à Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género. As mesmas mostravam que o sexo masculino se sentia injustiçado no acesso a bens e serviços. Por exemplo, as argumentações reportavam que as mulheres usufruíam de bilhetes mais baratos para o futebol ou para a Web Summit.

À margem da política nacional e do que merece ser notícia, a discriminação sobre o sexo masculino é algo que vem ainda mais de trás e que, infelizmente, continua muito presente na sociedade atual. Se tivermos em mente todos os homens que se assumem como homossexuais e que não são respeitados simplesmente por não gostarem do sexo oposto, então é fácil concluir que existe um claro desrespeito por aqueles que, mesmo tendo barba não preenchem os requisitos de “macho latino”.

A força da discriminação não termina aqui. No campo das profissões, por exemplo, ainda não é totalmente aceite por todos que um homem possa ser bailarino, designer de moda ou fazer limpezas, porque se isso acontece então é porque é “maricas”. Já no que toca à violência doméstica, são pouco os homens que têm a coragem de apresentar uma queixa contra a companheira ou companheiro. Afinal de contas, “um homem não chora” e só os fracos é que levam porrada.

Colocando em perspetiva tudo o que disse até aqui, considero que em todos os exemplos dados há, pelo menos, um pouco de discriminação. Mas a culpa é da sociedade que se foi moldando sempre com a imagem de que o homem é superior à mulher. Para muitos, o homem tem de ganhar mais, não deve ajudar nas tarefas de casa e tem de ser forte, alto e musculado. Para outros, o sexo masculino tem de se começar a equiparar ao feminino e, apesar de concordar com isso, creio que existe uma necessidade urgente de “esmagar” o homem ao invés de permitir que as mulheres sejam capazes de subir os mesmo degraus, apenas e só, por mérito próprio.

Terminando, deixo escrito que, mesmo sendo este um artigo que aborda a discriminação sobre os homens, a verdade é que gostaria que a sociedade mundial fosse capaz de olhar para os dois géneros de igual forma. Em plena era do desenvolvimento, não é justo que ainda sejamos capazes de discriminar alguém só pela sua cor, etnia ou género. Se é verdade que as mulheres merecem ser bem tratadas e acariciadas, então também é verosímil que os homens precisam de igual tratamento. A nenhum dos géneros se deve levantar um dedo que seja, porque, afinal, um homem também chora!

João Morais

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